Como sua empresa toma as decisões estratégicas?

Introdução:

Em minha jornada participando da direção de empresas de vários setores, portes e especificidades, sempre procurei um modelo de tomada de decisão, que fosse adequado a cada situação. Aprendi na prática que seguir um modelo gera melhores resultados, apanhei bastante, mas li bastante também a respeito nesses anos e sei que existem vários entre eles o modelo político, o processual, o racional, e o anárquico (modelo do lixo). Esse último, por mais que eu tentasse entendê-lo, nunca consegui.

Gosto muito do modelo de Choo que é diferente dos tradicionais e a meu ver se aplica melhor ao mundo atual. Ele enfatiza a importância do fluxo de informação e a criação de conhecimento como partes fundamentais do processo de tomada de decisão. E o melhor, o modelo de Choo é mais dinâmico e considera a organização como um sistema de aprendizado contínuo.

A tomada de decisões estratégicas é um processo fundamental no mundo dos negócios. Baseado nos conceitos de *Choo (2003), este artigo pretende apresentar uma breve visão desse processo.

O modelo de Choo

Ele pode é distinto dos modelos tradicionais de tomada de decisão, pois ele enfatiza a importância do fluxo de informação e a criação de conhecimento como partes fundamentais do processo de tomada de decisão. Além disso, o modelo de Choo é mais dinâmico e considera a organização como um sistema de aprendizado contínuo.

Vamos dividir em quatro etapas:

1. Coleta de Informações:

É a etapa inicial e essencial do processo de tomada de decisões estratégicas. Neste estágio, o objetivo é reunir o maior número possível de dados relevantes. Isso pode envolver pesquisas de mercado, análises SWOT, avaliações de desempenho interno, feedback dos clientes e tendências do setor. O objetivo é ter uma visão abrangente do cenário de negócios, tanto interno quanto externo.

Muitos empreendedores que conheci usavam mais a intuição do que os dados concretos, em algumas situações até funcionou, mas minha cabeça de engenheiro me forçou sempre a cumprir um roteiro.

A qualidade das decisões estratégicas depende diretamente da qualidade das informações coletadas nesta fase.

2. A Interpretação:

É o processo de dar sentido aos dados coletados. É aqui que as informações brutas são transformadas em insights úteis. Essa etapa envolve a análise dos dados, a identificação de padrões, tendências e anomalias, e a compreensão das implicações dessas informações para a empresa. A interpretação é semelhante a montar um quebra-cabeça, onde cada peça de informação encontra seu lugar no cenário geral. Nas empresas que pude vivenciar essa fase, geramos oportunidade de enxergar a desorganização dos dados e criar instrumentos para organizar.

3. A criação de sentido:

É a fase em que se forma uma compreensão coletiva dentro da organização sobre o cenário atual e futuro. Ouvir as pessoas dá trabalho, por isso muitas empresas não aplicam essa metodologia. Isso é essencial para garantir que todos na empresa estejam na mesma página, compreendendo as mesmas realidades e direcionando seus esforços para os mesmos objetivos. A criação de sentido inclui discussões, brainstorming, workshops e outros métodos de comunicação interna. Nas empresas que implantei, as conversas em grupos menores foram mais eficazes.

4. A Tomada de Decisões:

A etapa final é a tomada de decisões em si. Com base na compreensão coletiva formada na etapa anterior, as estratégias são formuladas e as decisões são tomadas. Tive dificuldades de implantar nas empresas onde as decisões eram muito centralizadas. Este processo deve ser inclusivo, envolvendo todas as partes interessadas relevantes na empresa. As decisões estratégicas tomadas aqui determinarão o curso da empresa no futuro.

Conclusão:

É importante ressaltar que a tomada de decisões estratégicas é um processo cíclico, e não uma via de mão única. Após a implementação das decisões, o processo recomeça, mantendo a empresa atualizada e pronta para responder aos desafios do ambiente de negócios.

A tomada de decisões estratégicas é como uma bússola que orienta as empresas em direção ao sucesso. É um processo que requer diligência, inclusão, reflexão e, acima de tudo, uma compreensão clara da realidade dos negócios.

Se você acredita que sua empresa pode se beneficiar de uma orientação experiente neste processo, a Brain.ia está à disposição. Convidamos você para um diálogo inicial, sem compromisso, para entender as necessidades atuais do seu negócio e identificar a forma de consultoria que melhor se aplica à sua situação.

*Choo, C. W. (2003). The Knowing Organization: How Organizations Use Information to Construct Meaning, Create Knowledge, and Make Decisions. International Journal of Information Management, 16(5), 329-340.